isabelle.
sábado, setembro 16, 2006
ou
poeira estelar.
ou
gelo fino, fino, fininho.
passos.
silêncio.
coração.
canções de gente solitária.
thin ice.
imagem.
o pior é que se sentia pronta mesmo. conseguiu finalmente se esgotar de todas as formas possíveis. não haveria mais luta contra o inevitável.
(menina, menina, aonde foi parar sua teimosia? era tão bonita, era tão bonita.)
ao longo dos anos os detalhes são deixados de lado por quem ainda nem possui o núcleo e assiste a sua vida apenas de longe, do outro lado da rua.
precisava da essência de viver, e os olhos deixaram de contemplar as falhas do armário de madeira e as gotas que se prendiam nas janelas de seu quarto após a chuva. se esqueceu de que a essência estava era lá, pronta para quem ousasse apertar os olhos e se inclinar de forma a vê-la.
costumava ser tão detalhista, dizia não sentir medo do tempo e sempre corria na direção oposta. quanto mais rápido os anos passavam por cima de seu coração mais os encarava, nunca ousava piscar. sabia que se piscasse seu mundo se encerraria.
(menina, você abandona sua vida na esquina mais próxima e sai andando como quem não quer nada? pois você quer, e muito. se aproveitou dessa sua memória fraca e pretende agora sorrir dessa forma sem valor, porque sem valor é mais fácil.)
quem diria, o tempo a esmagou, como uma bota suja esmagaria uma formiga.
a menina era só um átomo presente nos altos prédios de concreto. 'ô, cidadezinha maldita', ela dizia. mas não diz mais, não diz mais.
8:20 PM
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