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isabelle.
ou
poeira estelar.
ou
gelo fino, fino, fininho.

passos.
silêncio.
coração.

canções de gente solitária.

thin ice.

imagem.

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

andava pelas ruas com as mãos nos bolsos, um andar masculino que me dava a sensação de ser dona de mim por alguns instantes. era assim que gostava, me sentia atrevida. talvez fosse apenas um erro meu, mas o caminhar de um homem sempre me pareceu cheio de liberdade, como quem não se importa mais que caminho escolher, como quem acaba de se demitir e no meio da rua se desfaz do terno e da gravata.

mas no fim, só me sentia cruelmente movida por um segredo não-exposto ao caminhar daquela forma bruta, impenetrável. buscava apenas provocar. e ao sentir o peso da solidão, preguei os olhos nesse chão sujo, envergonhada e raivosa.

agora sinto as conseqüências dos meus gritos abafados. moldei minha vida já me entregando a morte. meu deus, até em meus últimos segundos antes de entrar em sono pesado de gente cansada penso em como minha vida é vazia, porque é só isso que tenho para pensar e me manter lúcida. os álbuns fotográficos que não completei, os pedidos de casamento que não recebi, o "eu te amo" que deixei de dizer quando ainda havia alguém do meu lado. sempre fui de me manter em silêncio. acho que meu silêncio nunca significou muito para as pessoas, afinal.

eu estou tão cansada de sentar a mesa sozinha, nem muitos talheres eu tenho, a não ser os de prata herdados de mamãe que nunca usei. sim, mamãe se foi, não tenho nem de quem cuidar, faço sempre comida só para um, não há quem pense em mim e sorrie denunciando minha importância. foi todo mundo indo embora dia após dia antes que eu pudesse criar boas lembranças que me sustentassem.

e então, me deram um beijo apaixonado. assustada, empurrei o rapaz com as duas mãos e te digo que não imaginava ser tão forte, o moço caiu longe. "ahh, meu segredo fora desvendado, o mistério se foi, a rotina virá, os olhares aos poucos perdem aquele ar curioso, morri e nem foram espiar o acidente, não anunciaram no jornal. ele roubou o meu samba, perdi a cor da pele, o cheiro de moça", mas isso é papo de mulher tola. eu mesma ofereci a mão para o coitado levantar, pedi minhas desculpas sem explicar o que me havia ocorrido e ele, que já me conhecia tão bem, nada questionou.

fui amando, amando intensamente a cada dia, como se estivesse a recuperar o tempo perdido, domada de um amor louco e profundo. mas não se engane, era nele que achava minha paz de espírito, não havia grade que me impedia de abrir as asas. me tornei mulher livre pois havia quem compartilhasse a dor da existência comigo, passei a me reconhecer nos olhos de um homem, e a caminhar longas horas sozinha só para voltar morrendo de saudades. minhas caminhadas agora eram repletas de sonhos, planos de viagens a dois, e eu escrevia, escrevia sem parar em bancos de praça sobre esse amor que me doía o peito.

"eu não sei. eu te amo, te amo tanto, que acredito em destino. em almas gêmeas eternas. pois se eu não acreditasse, enlouqueceria, te juro. você é lindo em minha vida, de uma forma tão inexplicável, que preciso definir de algum jeito. sempre tive essa mania, você sabe. posso pensar em tudo presente em ti que tanto me agrada, e mesmo assim meu sentimento se mostra maior. amor é isso, essa falta de limite atordoante. talvez esse papo de destino seja conversa fiada, mas você se fez único como ninguém nunca havia tentado. e hoje em dia, se alguma outra pessoa encostasse um dedo em mim, da forma como só você pode, eu sentiria nojo. se sumisses de minha vida, sei que não te acharia mais em olhar algum. não se pode abandonar uma mulher que ama, é o que eu digo sempre."

a carta nem sequer terminei, lhe entreguei apenas este trecho mesmo, e em troca ganhei um beijo longo e um "vem deitar do meu lado, amor, que só durmo com tua respiração quente no meu ouvido". então fui me deitar, que também não dormia sem minha respiração a esquentar aquela orelha fria que tanto precisava da minha voz a acalmá-la. e adormeci, a sussurrar palavras de amor.

4:48 AM
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